|

Dissertação de Mestrado

FAUP, Porto, 2011

 

Orientador

Arq. Carlos Machado

 

Arguente

Arq. Nuno Brandão Costa

O conhecimento das condições e dos pressupostos ligados ao desenvolvimento do Movimento Moderno é essencial para uma melhor compreensão da arquitectura de todo o século XX e, consequentemente, da arquitectura na contemporaneidade. Deste modo, um estudo aprofundado, como o que aqui se apresenta, de um autor moderno excepcional como Mies van der Rohe, tem naturalmente alguma pertinência.

 

Contudo, as abordagens generalistas a uma figura desta envergadura tendem a ser redutoras em relação à riqueza, variedade e qualidade arquitectónicas do conjunto da sua obra.

 

Assim,   optou-se   por   direccionar

esta investigação no sentido de problematizar questões menos exploradas, menos unívocas, mesmo potencialmente contraditórias, que sobressaíssem do seu trabalho. Definiram-se assim cinco temáticas principais a partir das quais se estruturou um discurso sobre Mies van der Rohe:

 

1. Tradição e Vanguarda, que se foca nos primeiros anos de actividade disciplinar de Mies, e nas incongruências inerentes à manutenção de uma prática simultaneamente tradicional e vanguardista.

 

2. Simetria, que se debruça sobre o uso muito particular deste princípio de composição arquitectónica na sua  obra.

3. Arquitectura Orgânica, que procura  compreender qual o papel que a Natureza, enquanto modelo, teve na definição do pensamento e prática projectual miesianos.

 

4. Verdade e Representação, que procura aferir a importância de Mies na definição de uma figuração apreensível da cidade e arquitectura modernas, e perceber como se conjuga esta dimensão mais representativa com os pressupostos de verdade construtiva por si preconizados.

 

5. Arquitectura e Contexto, que tenta evidenciar o tipo de atitude adoptado por Mies face às condicionantes locais dos contextos em que a sua arquitectura se implantou.

Do trabalho assim desenvolvido, com base no estudo cuidado da produção arquitectónica de Mies, e com o suporte da crítica de alguns autores referenciais, surgem algumas noções que dão conta da abrangência, heterodoxia e mesmo contraste, dos pressupostos da sua arquitectura, e por associação, da própria arquitectura do Movimento Moderno, e que, de certa forma, reflectem a validade, nos tempos actuais, de um renovado interesse no aprofundamento da compreensão da obra deste e de outros autores essenciais da modernidade.